sexta-feira, 27 de junho de 2008



Do Lado de Dentro.
Chove agora o suficiente para que eu possa existir com o mínimo de esforço.
Para um cara que gosta muito da solidão a chuva é a companhia mais tolerável.
Gosto da solidão, mas preciso senti-la do lado de dentro.
Estou quase sempre do lado de fora assistindo meus semelhantes. Sinto-me só nestes momentos, mas estou sempre preparado para esboçar um artificial gesto de vida para aqueles que me solicitam.
Eu gosto muito da vida, mas confesso que a amo mais quando fico quieto, quando fujo para o meu lado de dentro e fico calado, sozinho.
Às vezes me culpo por não aproveitar o tempo. Por que não agora fazer coisas edificantes como ler as apostilas que não li na faculdade, os textos teatrais que me darão a base e a pompa necessária para o bom ator?
Ah, por que não quero!
Porra, venho muito pouco para o lado de dentro e aqui, o vazio, os pensamentos e a suspensão de toda e qualquer coisa me são suficientes.
Aliás, acredito que é nesta região que povoa o néctar que dá origem a todas as coisas belas que eu deveria estar “fazendo”. Por isso que prefiro estar aqui...definitivamente, sem intermediários!

sábado, 14 de junho de 2008



Crisântemo
Não sei se gosto dele por ele, mas gosto de dizê-lo.
Das coisas que mais gosto, as gosto muito mais pela sonoridade que as define.
Gosto muito do amor, mas o adoro mais quando digo “amáveis”,
Não que eu despreze o amor, mas amo as palavras terminadas em “áveis.
Por isto amo todas as coisas afáveis, tocáveis, faláveis...
todas mesmo, tantas que me são inumeráveis.
Mas os crisântemos...
Amo-os por mais motivos.
Amo-os por ser do campo e me levar às minhas origens...
E quando amarelo...amo-os um pouco mais por me lembrar da alegria.
Aí sim eles são perfeitos...
Chegam a ser amáveis.

domingo, 8 de junho de 2008


Vou comer agora bolo gelado
eu vou comer agora porque to ansioso
eu tô ansioso agora pq estou entrando em contato comigo
e eu não sei o q fazer.
Tô comendo bolo gelado
um pouco duro e gelado
bolo de ontem e de dias atrás
bolo q só agora sinto o sabor afetuoso do côco ralado q volta e meia acaricia a minha língua
um pouco dura e gelada.
Eu tô comendo o bolo
eu tô só num dia de domingo
num domingo onde o meu amor se recolhe na labuta da vida real
e mtos queridos dialogam c a chata visita do domingo
enquanto aguarda uma ligação saudosa de um amigo.
É eu tô comendo bolo,
ele tá acabando
mas não tá mais tão gelado.
(Suspiro)
Cheguei.